quem é a Fefa?
Eu sou Fefa Ferreira, uma artista brasileira, trans não binária (ela/dela), atuante em diversos campos artísticos, gerida pelo mistério
da existência e não conformidade.
Sou uma corpa em constante movimento, transformação e que nunca está no mesmo lugar. A transmutação sempre foi uma presença significativa dentro da minha existência, pois quando eu passo a me enxergar enquanto alguém que está fora das concepções
cis-binárias no qual o mundo foi construído, eu começo a trabalhar com as minhas potências em resposta.
A arte é a geradora que me abriga, permitindo o aprimoramento da minha expressão sobre como expandir e criar um espaço
pra mim no mundo.
As minhas bases de pesquisa caminham com o questionamento, com a dúvida, e não com as certezas, não com o equilíbrio, uma vez que eu entendo que meu corpo está no conforto do desconforto da cisgeneridade, onde me torno o ponto de interrogação crucial pra propor mudanças gradativas, ser uma existência. Meu trabalho deriva da criação de seres híbridos, fusões e manifestações das minhas áreas de atuação. Esses processos me mantêm viva.
trajetória arte cultural
teatro e performance
Comecei meus trabalhos artísticos no teatro, passando por Teatro Escola Macunaíma (2013), Estúdio de Treinamento Artístico (2014) e Companhia Os Satyros, ficando em cartaz com os espetáculos "Edifício Luz" (2015), "O Cheiro Acre Do Que Cresce À Sombra" (2015), "Perecível" (2015), "Transcarcere" (2016), "Duzinferno" (2016) e "Helenas" (2017).
Partindo pra uma pesquisa de teatro performativo, integrei o elenco do espetáculo "Anatomia do Fauno" (2016) da Companhia Teatro da Pomba Gira e também da performance coletiva "CEGOS" (2016) do grupo Desvio Coletivo.
coletividades TLGBTQIA+
Fui membra de três coletividades criadas, elaboradas e com foco em corpas TLGBTQIA+:
ANIMALIA (2017 - 2020), projeto brasileiro multiforme de som, imagem e performance, representado e concebido por corpos TLGBTQ+, onde atuava como dj e performer realizando trabalhos artísticos em diversos locais como na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) (2017), Festival Pilantragi (2017), nas edições do SP Na Rua (2018 e 2019), Festival Casa Chama (2019), Sangra Muta (2019), Mamba Negra (2020) e PopPorn (2020). Dentro da coletiva também realizei participações em shows de outros artistas, com performances ao lado de Karol Conka, Linn da Quebrada, Aíla e Sophie, integrando o casting dos videoclipes de
Lia Clark em "Tipo de Garota" (2018) e também como protagonismo em "Etérea" (2019) do Criolo.
MARSHA! (2020), coletividade sociocultural de produção artístico-pedagógica, afetiva e política composta por pessoas trans e travestis, onde atuava na criação de arte gráfica, realizando a construção de identidade visual, edição gráfica e edição de vídeo nos festivais online “MARSHA! Entra na Sala” e “MARSHA! Entra no CCSP”.
BIXRUDIA (2020), produtora musical independente composta por corpas LGBT+, onde atuava na comunicação em mídias sociais.
fashion
Na moda participei dos desfiles da estilista Vicenta Perrota, "Brazil Eco Fashion Week" (2017), "Aonde Estão As Travestis" (2018), "Brasil: O País Campeão Mundial de TRAVESTIS!" (2019); “INSPIRE” (2020), "Frequência" (2021) do estilista Ellias Kaleb
e "Vou Assim Fashion Show", "Transficção", "Apesar De..." para a Vou Assim, todos durante as semanas de moda da
Casa de Criadores.
música
Dentro da música lancei meu primeiro single com curtametragem/videoclipe "Bem-Vindo ao Zoo" (2020), que aborda uma narrativa denúncia paradoxal acerca de como corpas artistas estranhas são exotificadas e consumidas apenas para entretenimento da mesma sociedade que as mata. Seguido pelo lançamento da mixtape “Aonde Eu Estou Agora?” (2020), trazendo narrativas, questionamentos, sentimentos, emoções e expressões em relação a essa corpa dentro do período de isolamento social proveniente da pandemia
e quarentena, e é composta com a participação das artistas Abstrat0, Del Toro, Cantuarioo, Albert Magno, Veni, Hafsa Terra,
Bioncinha do Brasil, Zilmarc Paulino, Pablo Neves, Brisalicia, LAZA e com produção, mixagem e masterização da produtora BIXURDIA. Com o lançamento da mixtape, eu apresentei na íntegra todas as músicas que compõem esse projeto durante
a Virada Cultural de São Paulo 2020 na Casa de Cultura Vila Guilherme e no #2 CHAMA FESTIVAL Transversalidades no
Teatro Oficina Uzyna Uzona. Também participei de singles de outras artistas, como "VIP" (2020) da Natt Maat, "No Escuro" (2020)
do Cantuarioo, "Na Sua Esquina Tem Um Lampião" (2020) e "Midas" (2024) de Del Toro, e "Perecível" (2023) com Calanga.
mediação cultural
Dentro do Programa Jovem Monitor Cultural, uma política pública realizada Prefeitura de São Paulo que forma jovens para atuarem
em equipamentos culturais, eu elaborei o PAC “Livro, Câmera e Ação” (2022) em parceria com o jovem monitor André Carlos, onde realizamos sessões de filmes referentes a obras literárias disponíveis no acervo da Biblioteca Álvares de Azevedo. Realizei três shows do projeto “Fefa Canta na Biblioteca” (2022) como parte do aniversário do equipamento e a instalação “Memórias da Álvares” (2023) parte do PIAC, ambos com o suporte dos jovens monitores Gabriel Miranda e André Carlos. Atualmente, realizo a formação Mestrado Profissional em Artes da Cena: Turma Especial Laboratório em Artes e Mediação Cultural, uma parceria entre a Escola Superior
de Artes Célia Helena (ESCH) e a Escola Fundação Itaú.
viva ou morta
eu sou um acontecimento de arte
Corpa estranha brasileira, transmutayviva e transmetaformo.

